quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Crescer e aprender!




Quando será que realmente paramos de crescer, em todo o sentido literal da palavra?  E em seu sentido mais poético, quando será?  Confesso que cada vez que me deparo com situações de aprendizado, sejam elas quais forem  sou levada a pensar que crescer tem um sentido muito mais amplo.  Tem o seu sentido infinito sim, de acompanhamento de vida.  Sentido esse que é preciso mais que um banco acadêmico para decifrar, quando nos referimos a quem, como eu, tem sede de aprender.  
É preciso muita sensibilidade para exercer a função de educador e só quem percebe o ser humano com um ser de aprendizado constante consegue aprender junto com ele.  Só quem trabalha com a alma tem como ver além do óbvio.  

Mil bjs, 

TT.


"Aprender é a única coisa de que a mente nunca se cansa, nunca tem medo e nunca se arrepende"  

                                                                                                                                        Leonardo da Vinci 

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Discalculia




por Simaia Sampaio



A matemática para algumas crianças ainda é um bicho de sete cabeças. Muitos não compreendem os problemas que a professora passa no quadro e ficam muito tempo tentando entender se é para somar, diminuir ou multiplicar; não sabem nem o que o problema está pedindo. Alguns, em particular, não entendem os sinais, muito menos as expressões. Contas? Só nos dedos e olhe lá.
Em muitos casos o problema não está na criança, mas no professor que elabora problemas com enunciados inadequados para a idade cognitiva da criança.
Carraher afirma que:

“Vários estudos sobre o desenvolvimento da criança mostram que termos quantitativos como “mais”, “menos”, maior”, “menor” etc. são adquiridos gradativamente e, de início, são utilizados apenas no sentido absoluto de “o que tem mais”, “o que é maior” e não no sentido relativo de “ ter mais que” ou “ser maior que”. A compreensão dessas expressões como indicando uma relação ou uma comparação entre duas coisas parece depender da aquisição da capacidade de usar da lógica que é adquirida no estágio das operações concretas”...”O problema passa então a ser algo sem sentido e a solução, ao invés de ser procurada através do uso da lógica, torna-se uma questão de adivinhação” (2002, p. 72).


No entanto, em outros casos a dificuldade pode ser realmente da criança e trata-se de um distúrbio e não de preguiça como pensam muitos pais e professores desinformados.
Em geral, a dificuldade em aprender matemática pode ter várias causas.
De acordo com Johnson e Myklebust, terapeutas de crianças com desordens e fracassos em aritmética, existem alguns distúrbios que poderiam interferir nesta aprendizagem:

  • Distúrbios de memória auditiva:
- A criança não consegue ouvir os enunciados que lhes são passados oralmente, sendo assim, não conseguem guardar os fatos, isto lhe incapacitaria para resolver os problemas matemáticos.
- Problemas de reorganização auditiva: a criança reconhece o número quando ouve, mas tem dificuldade de lembrar do número com rapidez.

  • Distúrbios de leitura:
- Os dislexos e outras crianças com distúrbios de leitura apresentam dificuldade em ler o enunciado do problema, mas podem fazer cálculos quando o problema é lido em voz alta. É bom lembrar que os dislexos podem ser excelentes matemáticos, tendo habilidade de visualização em três dimensões, que as ajudam a assimilar conceitos, podendo resolver cálculos mentalmente mesmo sem decompor o cálculo. Podem apresentar dificuldade na leitura do problema, mas não na interpretação.
- Distúrbios de percepção visual: a criança pode trocar 6 por 9, ou 3 por 8 ou 2 por 5 por exemplo. Por não conseguirem se lembrar da aparência elas têm dificuldade em realizar cálculos.

  • Distúrbios de escrita:
- Crianças com disgrafia têm dificuldade de escrever letras e números.

Estes problemas dificultam a aprendizagem da matemática, mas a discalculia impede a criança de compreender os processos matemáticos.
A discalculia é um dos transtornos de aprendizagem que causa a dificuldade na matemática. Este transtorno não é causado por deficiência mental, nem por déficits visuais ou auditivos, nem por má escolarização, por isso é importante não confundir a discalculia com os fatores citados acima.
O portador de discalculia comete erros diversos na solução de problemas verbais, nas habilidades de contagem, nas habilidades computacionais, na compreensão dos números.
Kocs (apud García, 1998) classificou a discalculia em seis subtipos, podendo ocorrer em combinações diferentes e com outros transtornos:
  1. Discalculia Verbal - dificuldade para nomear as quantidades matemáticas, os números, os termos, os símbolos e as relações.
  2. Discalculia Practognóstica - dificuldade para enumerar, comparar e manipular objetos reais ou em imagens matematicamente.
  3. Discalculia Léxica - Dificuldades na leitura de símbolos matemáticos.
  4. Discalculia Gráfica - Dificuldades na escrita de símbolos matemáticos.
  5. Discalculia Ideognóstica – Dificuldades em fazer operações mentais e na compreensão de conceitos matemáticos.
  6. Discalculia Operacional - Dificuldades na execução de operações e cálculos numéricos.

Na área da neuropsicologia as áreas afetadas são:

  • Áreas terciárias do hemisfério esquerdo que dificulta a leitura e compreensão dos problemas verbais, compreensão de conceitos matemáticos;
  • Lobos frontais dificultando a realização de cálculos mentais rápidos, habilidade de solução de problemas e conceitualização abstrata.
  • Áreas secundárias occípito-parietais esquerdos dificultando a discriminação visual de símbolos matemáticos escritos.
  • Lobo temporal esquerdo dificultando memória de séries, realizações matemáticas básicas.

De acordo com Johnson e Myklebust a criança com discalculia é incapaz de:

  • Visualizar conjuntos de objetos dentro de um conjunto maior;
  • Conservar a quantidade: não compreendem que 1 quilo é igual a quatro pacotes de 250 gramas.
  • Seqüenciar números: o que vem antes do 11 e depois do 15 – antecessor e sucessor.
  • Classificar números.
  • Compreender os sinais +, - , ÷, ×.
  • Montar operações.
  • Entender os princípios de medida.
  • Lembrar as seqüências dos passos para realizar as operações matemáticas.
  • Estabelecer correspondência um a um: não relaciona o número de alunos de uma sala à quantidade de carteiras.
  • Contar através dos cardinais e ordinais.

Os processos cognitivos envolvidos na discalculia são:

1. Dificuldade na memória de trabalho;
2. Dificuldade de memória em tarefas não-verbais;
3. Dificuldade na soletração de não-palavras (tarefas de escrita);
4. Não há problemas fonológicos;
5. Dificuldade na memória de trabalho que implica contagem;
6. Dificuldade nas habilidades visuo-espaciais;
7. Dificuldade nas habilidades psicomotoras e perceptivo-táteis.

De acordo com o DSM-IV, o Transtorno da Matemática caracteriza-se da seguinte forma:
  • A capacidade matemática para a realização de operações aritméticas, cálculo e raciocínio matemático, encontra-se substancialmente inferior à média esperada para a idade cronológica, capacidade intelectual e nível de escolaridade do indivíduo.
  • As dificuldades da capacidade matemática apresentadas pelo indivíduo trazem prejuízos significativos em tarefas da vida diária que exigem tal habilidade.
  • Em caso de presença de algum déficit sensorial, as dificuldades matemáticas excedem aquelas geralmente a este associadas.
  • Diversas habilidades podem estar prejudicadas nesse Transtorno, como as habilidades lingüisticas (compreensão e nomeação de termos, operações ou conceitos matemáticos, e transposição de problemas escritos em símbolos matemáticos), perceptuais (reconhecimento de símbolos numéricos ou aritméticos, ou agrupamento de objetos em conjuntos), de atenção (copiar números ou cifras, observar sinais de operação), e matemáticas (dar seqüência a etapas matemáticas, contar objetos e aprender tabuadas de multiplicação).

Quais os comprometimentos?

  • Organização espacial;
  • Auto-estima;
  • Orientação temporal;
  • Memória;
  • Habilidades sociais;
  • Habilidades grafomotoras;
  • Linguagem/leitura;
  • Impulsividade;
  • Inconsistência (memorização).

Ajuda do professor:

O aluno deve ter um atendimento individualizado por parte do professor que deve evitar:

  • Ressaltar as dificuldades do aluno, diferenciando-o dos demais;
  • Mostrar impaciência com a dificuldade expressada pela criança ou interrompê-la várias vezes ou mesmo tentar adivinhar o que ela quer dizer completando sua fala;
  • Corrigir o aluno freqüentemente diante da turma, para não o expor;
  • Ignorar a criança em sua dificuldade.

Dicas para o professor:
·         Não force o aluno a fazer as lições quando estiver nervoso por não ter conseguido;
·         Explique a ele suas dificuldades e diga que está ali para ajudá-lo sempre que precisar;
·         Proponha jogos na sala;
·         Não corrija as lições com canetas vermelhas ou lápis;
·         Procure usar situações concretas, nos problemas.


Ajuda do profissional:

Um psicopedagogo pode ajudar a elevar sua auto-estima valorizando suas atividades, descobrindo qual o seu processo de aprendizagem através de instrumentos que ajudarão em seu entendimento. Os jogos irão ajudar na seriação, classificação, habilidades psicomotoras, habilidades espaciais, contagem.
Recomenda-se pelo menos três sessões semanais.
O uso do computador é bastante útil, por se tratar de um objeto de interesse da criança.
O neurologista irá confirmar, através de exames apropriados, a dificuldade específica e encaminhar para tratamento. Um neuropsicologista também é importante para detectar as áreas do cérebro afetadas. O psicopedagogo, se procurado antes, pode solicitar os exames e avaliação neurológica ou neuropsicológica.

O que ocorre com crianças que não são tratadas precocemente?

  • Comprometimento do desenvolvimento escolar de forma global
  • O aluno fica inseguro e com medo de novas situações
  • Baixa auto-estima devido a críticas e punições de pais e colegas
  • Ao crescer o adolescente / adulto com discalculia apresenta dificuldade em utilizar a matemática no seu cotidiano.


Qual a diferença? Acalculia e Discalculia.
A discalculia já foi relatada acima.
A acalculia ocorre quando o indivíduo, após sofrer lesão cerebral, como um acidente vascular cerebral ou um traumatismo crânio-encefálico, perde as habilidades matemáticas já adquiridas. A perda ocorre em níveis variados para realização de cálculos matemáticos.

Cuidado!
As crianças, devido a uma série de fatores, tendem a não gostar da matemática, achar chata, difícil. Verifique se não é uma inadaptação ao ensino da escola, ou ao professor que pode estar causando este mal estar. Se sua criança é saudável e está se desenvolvendo normalmente em outras disciplinas não se desespere, mas é importante procurar um psicopedagogo para uma avaliação.
Muitas confundem inclusive maior-menor, mais-menos, igual-diferente, acarretando erros que poderão ser melhorados com a ajuda de um professor mais atento.

Bibliografia:

CARRAHER, Terezinha Nunes (Org.). Aprender Pensando. Petrópolis, Vozes, 2002.
GARCÍA, J. N. Manual de Dificuldades de Aprendizagem. Porto Alegre, ArtMed, 1998.
JOSÉ, Elisabete da Assunção, Coelho, Maria Teresa. Problemas de aprendizagem. São Paulo, Ática, 2002.
RISÉRIO, Taya Soledad. Definição dos transtornos de aprendizagem. Programa de (re) habilitação cognitiva e novas tecnologias da inteligência. 2003.


terça-feira, 11 de setembro de 2012

Autismo






Autismo e Alimentação

por Síndrome de Asperger - Autismo infantil, Terça, 11 de Setembro de 2012 às 13:21 ·
Além das anormalidade do autismo, observa-se também, alteração metabólica direcionadas para a importância de alguns nutrientes da alimentação do autista.

Diante de todas as implicações do distúrbio neurológico e metabólico do autista, o tratamento deve ser aplicado de forma interativa e multidisciplinar, sendo a nutrição um importante contribuinte no somatório para a melhoria nas características e nos sintomas da desordem autista.

Uma criança autista não deve ter alimentos processados na sua alimentação. Toda comida deve ser apresentada da forma mais próxima da natureza possível. Peixes, carnes frescas, ovos, castanhas e sementes, alho e azeite extra virgem, quinua, devem ser preparados em casa com complementos também frescos.

Quanto mais o alimento é processado, mais quimicamente alterado e com menos nutrientes eles ficam. Além de perder o seu valor nutricional, alimentos Nutrociência Assessoria em brprocessados perdem as suas principais características de sabor e cor. Todos os cereais matinais, biscoitos, pães, massas, chocolates, doces, geléias, açúcares, frutas em calda, alimentos pré-cozidos cheios de misturas,  são carboidratos altamente processados. Sem contar que, os carboidratos processados têm efeito nocivo na flora intestinal, eles alimentam as bactérias patogênicas e os fungos no intestino, promovendo o seu crescimento e proliferação.

O que deve compor na alimentação do autista:

  • Carboidrato com baixos índices glicêmicos como: frutas e vegetais crus e alguns cereais integrais cozidos e preparados por você mesmo.
  • Frutose tem um baixo índice glicêmico.Frutas e vegetais devem ser consumidos crus quantas vezes  possível na forma de saladas, sticks, pedaços, lanches entre as refeições com suas cascas e sementes ....
  • Água mineral ou água filtrada com uma fatia de limão é a melhor bebida para as crianças autistas;
  • Cebola e alho para o cozimento;
  • Quinua;
  • Carnes, peixes, aves domésticas, carnes orgânicas e ovos caipira  – todos frescos e cozidos em casa.

O que deve ser evitado na alimentação da criança autista:
  • Cereais matinais: são carboidratos altamente processados, cheios de açúcar e outras substâncias, eles têm um alto índice glicêmico e são péssimos para o equilíbrio da flora intestinal.
  • Salgadinhos e aperitivos (incluindo pipoca) também são carboidratos processados com alto índice glicêmico.
  • Trigo: a criança autista não tem um sistema digestivo saudável então trigo, aveia, centeio, arroz, milho, particularmente os processados, devem ser mantidos fora da alimentação
  • Açúcar e nada que seja feito com ele.DICA: aniversário ou outras ocasiões especiais  pode fazer bolos caseiros feitos usando mel ao invés de açúcar e farinha de amêndoas ou qualquer outra castanha moída;
  • Refrigerante e Suco industrializados são fontes de açúcar, aditivos químicos e fungos;
  • Laticínios, alimentos contendo caseína* e glúten

*a caseína também pode ser encontrada em alimentos que não sejam do grupo de laticínios, por exemplo: certas marcas de atum em lata contem caseína. VERIFIQUE SEMPRE OS RÓTULOS DAS EMBALAGENS.


Fonte: www.nutrociencia.com.br



segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Provas Projetivas:


Provas Projetivas

Autora Ana Michelle da R.C.Moura.

Os testes projetivos são instrumentos utilizados com a finalidade de proporcionar um meio concreto para que as crianças projetem conteúdos que estão presentes em seu inconsciente. Com objetivo de identificar a modalidade de aprendizagem do paciente e é isso que difere os testes projetivos utilizados pelos psicopedagogos dos usados por psicólogos e psiquiatras, pois esses objetivam investigar a personalidade do paciente.

A utilização dos testes projetivos não dá conta de identificar a modalidade de aprendizagem ou os problemas que impedem que essa aconteça, mas ajuda no levantamento de hipóteses que unidas aos outros conjuntos de hipóteses formados ao longo do processo avaliativo poderão esclarecer as dificuldades apresentadas pelo paciente. “Nos testes projetivos estarão sendo analisados não o produto final, mas também o processo, a maneira como aconteceu esta produção”. (ANDRADE, 1998, p.77)

Apesar do interesse do teste projetivo ser a identificação da dificuldade de aprendizagem, o mesmo, se utiliza de diversos temas (Família, escola, figura humana, etc.), pois são vários os fatores que podem interferir na aprendizagem e temos o dever de analisar esse fator, que pode ser de cunho emocional, sócio-cultural, financeiro, metodológico, cognitivo, psicomotor ou neurológico. Nesse trabalho utilizamos dois testes projetivos: O Par Educativo e o da Família Prospectiva.

O teste do Par Educativo tem o objetivo de obter informações a respeito do vínculo estabelecido em relação à aprendizagem, como foi internalizado por ele o processo de aprender e como percebe aquele que ensina e o que aprende. Os dados obtidos darão condições para elaboração de hipóteses a respeito da visão do paciente de si, dos professores, de seus companheiros de classe e até mesmo da instituição educativa. Quanto ao aspecto estritamente pedagógico podemos avaliar o nível de redação, ortografia, criatividade literária, etc. Esse teste consiste em instruir o paciente para que desenhe duas pessoas: “uma que ensina e outra que aprende”. Também solicitamos ao paciente que conte ou escreva uma história relacionada ao desenho.

O teste da Família tem o objetivo de avaliar como se dá o relacionamento da família como um todo e também em suas diferentes partes. É necessário deixar claro que antes de se realizar esse teste é preciso investigar qual a visão que o paciente tem de família e como se encontra sua família, pois sabemos que nos dias atuais são muitas as variações sofridas pelas famílias que outrora eram formadas por Pai, mãe e filhos, hoje sabemos que podem ser formadas por avós, mãe e filhos; ou por Mãe e filhos; por filhos de pais separados que casaram com um novo cônjuge e assim por diante. Todas essas relações devem ser conhecidas e esclarecidas para evitar distorções na análise do teste. O procedimento do teste é o seguinte: É solicitado ao paciente que desenhe uma família e não a sua família, dessa forma liberamos o paciente tanto no nível inconsciente quanto no nível crítico para falar de sua família que pode ser representada como é na realidade ou como o paciente a idealiza. Posteriormente pedimos que dê nomes a cada um dos indivíduos representados no desenho e que conte uma história sobre essa família.

Referências Bibliográficas:
ANDRADE, Marcia Siqueira de. Psicopedagogia Clínica: Manual de Aplicação Prática para Diagnóstico de Disturbio de Aprendizado. Ed. Póllus Editorial. São Paulo:1998.


BOSSA, Nádia H; OLIVEIRA, Vera Barros(orgs.) Avaliação psicopedagógica do adolescente. RJ: Vozes,1998.
Blog de referência

terça-feira, 28 de agosto de 2012

TDAH




TDAH - Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade: informações e orientações
O estudo do TDAH - Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade (denominação dada na 4ª edição no manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais – DSM-IV) da Associação Psiquiátrica Americana-APA não é recente. Estudos científicos sobre o assunto vêm sendo realizados desde o começo do século XX.
Um dos primeiros autores a escrever sobre o assunto foi Dupré, no período da Primeira Guerra Mundial, que acreditava tratar-se de uma lesão cerebral mínima. Mais tarde, em 1962, num simpósio de Oxford, foi oficializado a expressão Disfunção Cerebral Mínima. Em 1966, um grupo de estudos concluiu que esta disfunção pode originar-se de variações genéticas, irregularidades bioquímicas, sofrimento perinatal, moléstias ou traumas sofridos durante os anos críticos para a maturação do sistema nervoso central.
Esta expressão foi utilizada no meio científico até 1980, quando a Associação Psiquiátrica Americana propôs uma nova denominação: Síndrome do Déficit de Atenção. Esta denominação passou a englobar tanto a hiperatividade como as demais funções que originam da falta de maturação do sistema nervoso central tais como: incoordenação motora, falta de equilíbrio, distúrbios de fala, alteração de sensibilidade, distúrbios de comportamento e dificuldades escolares.
George Frederic Still, em 1902, fez alguns estudos com grupos de crianças que apresentavam características agitadas, desafiadoras, agressivas, passionais, com a finalidade de obter delas um comportamento mais aceitável. Descobriu que, por não existirem maus tratos pelos pais, os problemas deveriam ser de origem biológica, pois alguns membros da família possuíam problemas psiquiátricos como depressão, problemas de conduta, alcoolismo, dentre outros (HALLOWELL, 1994, p. 271).
CAUSAS
 Hoje é sabido que a ocorrência de ADD (do inglês: Attention Déficit Disorder) está muitas vezes relacionada a problemas durante a gravidez e parto.
“As chances de uma criança sofrer de hiperatividade e Déficit de Atenção aumenta se a mãe fumar na gravidez. Médicos da Universidade de Harvard notaram que 22% dos pacientes estudados eram filhos de fumantes” (VEJA, 1996, p. 18)
Complicações perinatais, ingestão de álcool e utilização de drogas durante a gravidez, infecção do Sistema Nervoso Central na primeira infância, efeitos colaterais de certas medicações, predispõem a Déficits de Atenção. Causas ambientais, tais como, desvantagem social, famílias numerosas e superlotação também já foram apontadas.
Muitos autores ligam o TDAH ao consumo de alguns alimentos durante a gestação e também o contato de gestantes com alguns produtos químicos como ceras, desinfetantes, detergentes, removedores que poderiam causar danos ao feto, porém nada foi comprovado. Hipóteses místicas também já foram apontadas não possuindo, porém, nenhum fundamento científico.
Sua origem é genética e seus portadores apresentam uma taxa menor de dopamina, um neurotransmissor responsável pelo controle motor e atenção, tendo como conseqüência a falta de concentração, característica primordial do hiperativo, e o esquecimento daquilo que lhe é pedido.
A incidência é maior em meninos, chegando a 80% dos casos, do que em meninas, e por esse motivo pode estar relacionado ao hormônio masculino, a testosterona. Em alguns casos, meninas com TDAH apresentam gestos masculinos e fala grossa como conseqüência de um aumento nessa taxa de hormônio.
Chega a atingir de 3 a 5% da população escolar infantil, provocando baixo rendimento escolar, baixa auto-estima e dificultando os relacionamentos entre os colegas (SMITH e STRICK, 2001).
Pestinhas, diabinhos, distraídos, desobedientes, agitados. Estes são alguns dos adjetivos usados para definir o indivíduo que sofre de ADD, um problema que atinge, em todo o mundo, cerca de 5% das crianças e adolescentes. Um dos distúrbios de atenção, muitas vezes confundido com indisciplina, é o chamado hiperatividade.
HIPERATIVIDADE
Para caracterizar um hiperativo é importante se levar em conta o tempo que a criança começou a apresentar os sintomas. Segundo o DSM IV (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais) os sintomas deverão ser ininterruptos e com duração mínima de seis meses sem limitar-se a apenas uma situação.
A criança não precisa, necessariamente, apresentar todas as características descritas, mas parte delas. Porém é importante que seja observado com muito cuidado porque existem crianças que apresentam algumas destas características, mas não são hiperativas, são crianças agitadas devido a alguma situação pela qual esteja passando ou mesmo como se chama “mal educadas”.
CARACTERÍSTICAS:
Uma criança ou um adulto hiperativo pode estar em qualquer lugar; batendo os pés, sentando e levantando a todo o momento, cantando sem parar, assobiando em horas impróprias, distraindo-se com facilidade, impacientes em filas, não se mantêm sentado durante as refeições, não se concentra em um canal de televisão mudando sempre, faz movimentos desnecessários com o corpo, possui gestos bruscos, tem sono agitado, perde-se no tempo.
Quando bebês, normalmente possuem sono intranqüilo, mexendo-se muito, ao começar a andar tropeçam e se esbarram mais do que o normal. Podem apresentar um retardo na fala e troca de letras por um período maior.
Na realidade não podemos dizer que esta criança não presta atenção a alguma coisa, mas sim a várias coisas ao mesmo tempo e por isso distrai-se facilmente.
O hiperativo apresenta certa incoordenação motora. Possui dificuldade para andar de bicicletas, patins, pular cordas, subir em árvores, abotoar roupas, amarrar sapatos, fazer recortes com tesoura, arremessar bola etc.
Conforme Golfeto, a criança hiperativa apresenta dificuldade em distinguir direita de esquerda, alterações de memória visual e auditiva, em orientar-se no espaço, fazer discriminações auditivas, em elaborar sínteses auditivas, além de possuir má estruturação do esquema corporal (1992, p. 12).
Em geral, é desorganizada, distraída, esquecida, bagunceira, não gosta de limites, possui dificuldades em completar tarefas, e nos relacionamentos com colegas. Estas características ficam mais evidentes e perceptivas no período escolar cujo nível de concentração deve aumentar para que ocorra a aprendizagem.
Na escola é a criança problema, respondendo aos professores com agressão, não respeitando limites, xingando e batendo nos colegas, não se concentrando e atrapalhando as aulas, o que prejudica seu rendimento escolar.
Geralmente é apontada como desorganizada pelos professores. Quando começa uma atividade quase sempre não a faz ou deixa pela metade, interessando-se por outra e depois por outra e assim nunca conclui o que começou, prejudicando sua aprendizagem. Por não conseguir terminar suas tarefas, não parar quieto na sala, mexer com todo mundo atrapalhando a aula, é bombardeada por palavras desagradáveis seja por partes dos professores ou colegas. Esta atitude tende a baixar sua auto-estima.
Em casa deixa os pais desorientados. Bagunça o quarto, sobe em armários, não senta à mesa para refeições, não obedece. Os pais devem estar atentos para quando perceber um comportamento excessivamente agitado e unindo às queixas escolares, procurar um especialista. É importante que as queixas não sejam somente em casa, mas que se apresentem em outros lugares também, assim descarta-se a hipótese de querer aborrecer os pais por algum motivo que lhe esteja incomodando como o nascimento de um irmão, os pais trabalharem fora muito tempo e não lhes dar atenção etc.
 BAIXA AUTO-ESTIMA E COMPORTAMENTO DE RISCO
 O hiperativo normalmente é rejeitado pela sociedade. Seu comportamento inadequado prejudica a concentração dos colegas que passa a excluí-lo. Esta exclusão pode levar o indivíduo a desenvolver problemas psicológicos podendo tornar-se introvertido ou agressivo, exibicionista e com baixa auto-estima acentuadas.
Estas pessoas têm tendência a comportamentos de alto risco tais como vícios, jogatina, temperamento explosivo e acidentes. Como já foi citado, anteriormente, elas não possuem exata noção de limites e unindo à sua baixa auto-estima tentam fugir de seus problemas através destes vícios.
Crianças hiperativas adoram correr riscos, pois não possuem a exata noção de perigo e limites. Podem se machucar com muita facilidade, sendo desajeitadas, esbarrando-se em copos, mesas, pessoas, levando os pais a prejuízos por danos causados a terceiros ou a elas mesmas, como atravessar uma rua sem olhar para os lados devido a sua impulsividade e falta de atenção. 

O ADULTO COM TDAH

 O adulto hiperativo apresenta problemas no trabalho e no relacionamento, bem como problemas emocionais.
Eis algumas características observadas:
-         É desorganizado;
-         Perde coisas;
-         Chega quase sempre atrasado;
-         Diz o que vêm à mente sem preocupação se o lugar é apropriado;
-         Explode com facilidade;
-         Sente-se inseguro;
-         É inquieto estando sempre mexendo pernas, dedos, joelhos;
-         É impaciente, em filas de banco está sempre reclamando ou acaba desistindo;
-         Não fica sentado muito tempo saindo de onde estiver com freqüência;
-         Baixa auto-estima;
-         Tem muitos projetos ao mesmo tempo e acaba não terminando nenhum;
-         Atrapalha-se com horários por causa da desorganização;
-         Sente-se inferior aos outros;
-         Possui dificuldade de concentração;
-         Esquece-se o que estava falando;
-         Sente-se inferior aos outros;
-         Tem sempre a sensação que não vai conseguir alcançar seus objetivos.
Em decorrência destes fatores, o adulto hiperativo possui dificuldades em se manter no emprego, ou o abandona por tédio.
A família poderá ajudá-lo não fazendo críticas, libertando-o da culpa que provavelmente sentirá ao não conseguir manter-se no emprego, concluir tarefas ou alcançar seus objetivos.
Incentivá-lo a buscar ajuda com um especialista.
De acordo com a Associação Brasielira do Déficit de Atenção alguns adultos tiveram TDAH na infância e ainda tem alguns sintomas na vida adulta, porém em menor quantidade e sem existir muitos problemas causados pelos sintomas e quando ocorrem eles aparecem apenas em uma única situação, como o trabalho, por exemplo, mas não em nenhuma outra. 

DIAGNÓSTICO 

Um diagnóstico e tratamento corretos poderão ajudar a criança a diminuir as repetências, elevar sua concentração por um período maior de tempo, evitar depressão, superar problemas de relacionamento, ajudá-lo na orientação vocacional, evitar envolvimento com drogas.
Até pouco tempo acreditava-se que os sintomas de TDAH desapareciam na adolescência e na vida adulta. Muitos ainda acreditam que só ocorre no período da infância. Entretanto, recentes pesquisas mostraram que 50% a 75% dos casos continuam na idade adulta. Há casos que a hiperatividade tende a diminuir ou desaparecer devido a um amadurecimento do cérebro que acaba equilibrando a produção de dopamina.
Muitos pais demoram muito de procurar ajuda ou não aceitam um diagnóstico de hiperativo, por achar que é coisa da idade, que toda criança é agitada mesmo, que isso irá passar. Porém quando o problema demora a ser diagnosticado, o hiperativo, a partir da sua puberdade, pode procurar as drogas, o álcool, praticar agressões sexuais, a fim de tentar superar suas dificuldades em adaptar-se à vida social, e em alguns casos podem cometer até o suicídio.
O diagnóstico de um especialista é importante porque nem sempre aquela criança agitada é hiperativa.
A hiperatividade poderá ser confundida com outras patologias ou mesmo vir junto com estas, tais como: autismo, deficiência auditiva, dislexia, deficiência mental, que pode tornar o diagnóstico difícil, tendo, portanto que ser realizado por um profissional especializado.
Muitos pais ou adultos hiperativos buscam várias especialidades para fazer um diagnóstico, e muitas vezes não conseguem chegar a um consenso.
Para fazer o diagnóstico, é indicado um psiquiatra, que deverá fazer uma anamnese com pais e pessoas de seu convívio como professores, empregadas e terapeutas se estiver sendo acompanhado por alguém.
De acordo com a Associação Brasileira do Déficit de Atenção Eletroencefalograma, o Mapeamento Cerebral, a Tomografia Computadorizada, a Ressonância Magnética e o Potencial Evocado não podem fornecer este diagnóstico!
Apresentamos abaixo um guia extraído do site da Associação Brasileira do Déficit de Atenção (http://www.tdah.org.br/diag01.php), extraído do Manual de Diagnóstico e Estatística - IV Edição (DSM-IV) da Associação Psiquiátrica Americana. É utilizado por profissionais especializados em TDAH para o diagnóstico clínico.
Lembre-se: você poderá até utilizá-lo com alguém que conhece para uma suspeita de um quadro de hiperatividade, porém não substitui de forma alguma o diagnóstico de um profissional.

Nem um pouco
Só um pouco
Bastante
Demais
1. Não consegue prestar muita atenção a detalhes ou comete erros por descuido nos trabalhos da escola ou tarefas.




2. Tem dificuldade de manter a atenção em tarefas ou atividades de lazer




3. Parece não estar ouvindo quando se fala diretamente com ele




4. Não segue instruções até o fim e não termina deveres de escola, tarefas ou obrigações.




5. Tem dificuldade para organizar tarefas e atividades




6. Evita, não gosta ou se envolve contra a vontade em tarefas que exigem esforço mental prolongado.




7. Perde coisas necessárias para atividades (p. ex: brinquedos, deveres da escola, lápis ou livros).




8. Distrai-se com estímulos externos




9. É esquecido em atividades do dia-a-dia




10. Mexe com as mãos ou os pés ou se remexe na cadeira




11. Sai do lugar na sala de aula ou em outras situações em que se espera que fique sentado




12. Corre de um lado para outro ou sobe demais nas coisas em situações em que isto é inapropriado




13. Tem dificuldade em brincar ou envolver-se em atividades de lazer de forma calma




14. Não pára ou freqüentemente está a “mil por hora”.




15. Fala em excesso.




16. Responde as perguntas de forma precipitada antes delas terem sido terminadas




17. Tem dificuldade de esperar sua vez




18. Interrompe os outros ou se intromete (p.ex. mete-se nas conversas / jogos).









Como avaliar:

1) se existem pelo menos 6 itens marcados como “BASTANTE” ou “DEMAIS” de 1 a 9 = existem mais sintomas de desatenção que o esperado numa criança ou adolescente.

2) se existem pelo menos 6 itens marcados como “BASTANTE” ou “DEMAIS” de 10 a 18 = existem mais sintomas de hiperatividade e impulsividade que o esperado numa criança ou adolescente.
O questionário SNAP-IV é útil para avaliar apenas o primeiro dos critérios (critério A) para se fazer o diagnóstico. Existem outros critérios que também são necessários.IMPORTANTE: Não se pode fazer o diagnóstico de TDAH apenas com o critério A! Veja abaixo os demais critérios.
CRITÉRIO A: Sintomas (vistos acima)

CRITÉRIO B: Alguns desses sintomas devem estar presentes antes dos 7 anos de idade.

CRITÉRIO C: Existem problemas causados pelos sintomas acima em pelo menos 2 contextos diferentes (por ex., na escola, no trabalho, na vida social e em casa).

CRITÉRIO D: Há problemas evidentes na vida escolar, social ou familiar por conta dos sintomas.

CRITÉRIO E: Se existe um outro problema (tal como depressão, deficiência mental, psicose, etc.), os sintomas não podem ser atribuídos exclusivamente a ele.

Como suspeitar do diagnóstico:
1) É necessário haver pelo menos 6 sintomas assinalados na coluna laranja ou vermelha, no CRITÉRIO A.
  • Pelo menos 6 sintomas VERDES e menos que 6 sintomas ROSA: TDAH Tipo Predominantemente Desatento
  • Pelo menos 6 sintomas ROSA e menos que 6 sintomas VERDES: TDAH Tipo Predominantemente Hiperativo-Impulsivo
  • 6 ou mais sintomas VERDES e 6 ou mais sintomas ROSA: TDAH Tipo Combinado.
2) Os CRITÉRIOS B, C, D devem obrigatoriamente ter resposta SIM.
3) O CRITÉRIO E necessita da avaliação de um especialista, uma vez que os sintomas do Critério A ocorrem em muitos outros transtornos da infância e adolescência.
Se os critérios A, B, C, D e E estiverem atendidos de acordo com o julgamento de um especialista, o diagnóstico de TDAH é garantido. 

TRATAMENTO 

Segundo a ABDA, a psicoterapia indicada para o tratamento do TDAH chama-se Terapia Cognitivo Comportamental.  Informa ainda que o tratamento com fonoaudiólogos é recomendado onde existe simultaneamente Transtorno de Leitura (Dislexia) ou Transtorno da Expressão Escrita (Disortografia).
O TDAH não é um problema de dificuldade de aprendizagem, porém o comportamento da criança atrapalha muito seu rendimento. O psicopedagogo poderá ajudá-lo a obter maior concentração através de jogos e outras técnicas.
Para um tratamento adequado é importante um trabalho multidisciplinar envolvendo pais, professores e terapeutas. Deverá ser traçadas estratégias de como lidar com esta criança em casa, na escola e na clínica para que não haja distorções na maneira de lidar com ela. Criar regras, modificar o ambiente tornando-o mais adequado e menos perigoso, flexibilização no currículo escolar, adequar o tempo dividindo as atividades em partes, por exemplo, são algumas das modificações a serem providenciadas.
Em casos mais graves a psicoterapia sozinha não resolve, sendo indicado o uso de medicamento, porém é totalmente reprovado o uso da automedicação. O medicamento deverá ser indicado pelo médico, mais provavelmente o psiquiatra. Muitos possuem efeitos colaterais, por isso é importante o acompanhamento médico para que ele mude se necessário verificando o mais adequado e o que melhor o paciente se adapta. 

TERAPIAS ALTERNATIVAS 

Outras terapias alternativas como massagem, Yoga, meditação, Tai-chi-chuan, Liangong, Florais de Bach podem ser utilizadas com crianças maiores. Segundo relatos de professores, crianças submetidas a algumas destas terapias têm-se mostrado, em sala de aula, mais calmas e mais envolvidas nas tarefas.
Uma terapia psicomotricista também é importante para auxiliá-lo no desenvolvimento da coordenação viso-motora, obter maior noção espaço-temporal, a ter maior equilíbrio.
Devemos observar, porém, que estas terapias alternativas não poderão substituir a psicoterapia e o uso de medicamentos se for o caso. 

COMO A ESCOLA PODERÁ AJUDAR 

E o que a escola pode fazer ao se deparar com alunos hiperativos já diagnosticados? Em primeiro lugar, traçar estratégias para que este aluno não se sinta entediado e não atrapalhe tanto as aulas.
Algumas dicas como estas poderão ajudá-lo:
 -         Substituir aulas monótonas ou cansativas por aulas mais estimulantes que prendam sua atenção (o professor deverá ter muito preparo e ser bastante flexível com seu planejamento, mas ter cuidado para que o hiperativo não se empolgue demais);
-         Estes alunos adoram novidades, lance mão destes recursos não habituais para prender sua atenção. Peça ajuda ao professor de artes para trabalhar de forma interdisciplinar. Estas crianças são muito criativas e se identificam muito com tarefas como criar, construir, explorar. Os adultos hiperativos poderão ter mais sucesso em carreiras ligadas a designers, publicidade, artes plásticas.
-         Organize as carteiras em círculo, em forma de U, ao invés de fileiras a fim de visualizar melhor toda a classe e seu movimento;
-         Coloque esta criança próxima a outras mais concentradas e calmas, assim ele não encontrará seguidores para sua agitação;
-         Traga esta criança para perto de você, assim poderá ver se ela está conseguindo acompanhar seu ritmo, ou se você precisa desacelerar um pouco. Isto o ajudará também a dispersar-se menos.
-         Coloque sempre no quadro as atividades do dia para que este aluno perceba que há regras pré-definidas e previamente organizadas e que todos devem cumpri-las sem exceção de ninguém.
-         As tarefas não poderão ser longas. Deverão ter conclusão rápida para que ele consiga concluir a tarefa e não pare pela metade, o que é muito comum. As tarefas maiores deverão ser divididas em partes para que ele perceba que elas podem ser terminadas.
-         Evite cores muito fortes na sala e na farda como amarelo e vermelho. Cores fortes tendem a deixá-los ainda mais agitados, excitados e menos atentos. Procure colocar tons mais neutros e suaves. Compare com o quarto de um bebê; agora pense: porque ninguém usa cores fortes nele? Estímulo demais não é bom para ninguém.
-         Permita que o aluno saia algumas vezes da sala para levar bilhetes, pegar giz em outra sala, ir ao banheiro. Estes alunos não gostam de ficar parados por muito tempo e desta forma estará evitando que ele fuja da sala por conta própria.
-         Peça que o aluno faça três riscos no quadro. Isto será o número de vezes que ele poderá sair. Cada vez que ele sair deverá apagar um risco no quadro. Isto funciona como um limite e tende a dar certo porque a criança se controla mais antes de pensar em sair da sala.
-         Elogie seu bom comportamento, incentive os colegas a elogiar suas produções, desta forma a turma estará ajudando este aluno a elevar sua auto-estima.
-         Uma agenda de comunicação entre pais e escola é muito importante. Isto evita que as conversas se dêem apenas em reuniões.
-         As aulas de educação física são um ótimo auxílio para estas crianças que parecem ter energia triplicada. A ginástica ajuda a liberar mais esta energia que parece ser inesgotável, ajuda na concentração através de exercícios específicos, ajuda a estimular hormônios e neurônios, a distinguir direita de esquerda já que possuem problemas de lateralidade que prejudicam muito sua aprendizagem.
Talvez o maior problema que haja em relação ao TDAH está no fato de que ainda haja pouco conhecimento sobre este assunto no âmbito escolar e entre os pais. Muitos indivíduos que sofrem deste problema podem passar a vida toda sendo acusados injustamente de mal-educados, preguiçosos, desastrados, desequilibrados, justamente porque não foi diagnosticado e tratado a tempo.
Portanto, se depois que leu este artigo reconheceu alguém próximo, informe aos pais e oriente-os a procurar ajuda. Peça que deixe de lado os preconceitos e pense somente no bem estar de seus filhos.
BIBLIOGRAFIA 
ABDA – Associação Brasileira do Déficit de Atenção – Como diagnosticar crianças e adolescentes -http://www.tdah.org.br/diag01.php 
ARAÚJO, Mônica; SILVA, Sheila Aparecida Pereira dos Santos - Comportamentos indicativos do transtorno de déficit de atenção e
hiperatividade em crianças: alerta para pais e professores
 - http://www.efdeportes.com/efd62/atencao.htm
GOLFETO, J. H.. A criança com déficit de atenção aspectos clínicos, terapêuticos e evolutivos. Campinas, 1993. Documentação não publicada elaborado na Unicamp (Universidade de Campinas).
GONÇALVES, Priscilla Siomara – O trabalho em ambiente escolar com alunos portadores do distúrbio de déficit de atenção com hiperatividadehttp://geocities.com/hotsprings/oasis/2826/ddah1.html
Indisciplinado ou hiperativo. In: NOVA escola. São Paulo. Fundação Victor Civita. 2000; n.º 132; pp 30-32.

Publicado em 17/11/2004 NO PSICOPEDAGOGIA BRASIL